O Ministério dos Negócios Estrangeiros peruano emitiu um comunicado ao governo colombiano na segunda-feira para transmitir o «profundo descontentamento» do governo peruano perante as «reiteradas declarações» feitas pelo Presidente Gustavo Petro sobre a situação política no país.
«As declarações do Presidente Petro constituem uma interferência inaceitável nos assuntos internos do Peru, especialmente grave no contexto de actos de violência que causaram lamentáveis perdas de vidas humanas», afirma a carta emitida pela diplomacia peruana.
Segundo o governo peruano, as palavras do líder colombiano «não são coerentes» com as relações tradicionais de «respeito mútuo, amizade, cooperação e desejo de integração» que unem tanto os Estados como os povos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros peruano afirmou: «(As declarações) desviam-se da prudência que sucessivos governos do Peru e da Colômbia têm cultivado em relação aos assuntos políticos internos do outro Estado, especialmente em situações complexas e delicadas».
As palavras da diplomacia peruana vêm depois de Petro afirmar que o ex-presidente Pedro Castillo tinha sido deposto por «um golpe parlamentar».
«Sinto que ele é uma vítima. É um presidente popularmente eleito, que não foi condenado por nenhum juiz, e que foi capturado pelo seu próprio guarda-costas, a polícia, e eles colocaram-no na prisão», disse Petro em declarações relatadas pela estação de rádio RPP.
«Há muito que o Peru vive uma fractura social entre Lima e as terras altas, com processos políticos muito diferentes, mas aqui o presidente popularmente eleito é das terras altas e eles derrubam-no, entre outras razões porque ele é das terras altas e pobre», acrescentou ele.
Fonte: (EUROPA PRESS)