O juiz do Supremo Tribunal brasileiro Gilmar Mendes deu 48 horas à Congressista pró-Bolsonaro Carla Zambelli para entregar a pistola que usou para ameaçar um grupo de apoiantes do Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva antes da segunda volta das eleições de 30 de Outubro.
Se o deputado do Partido Liberal (PL) não entregar a pistola e munições dentro do prazo, o magistrado do Supremo Tribunal ordenou à Polícia Federal que a prendesse para cumprir a sua decisão, o que inclui também a retirada temporária da sua licença de porte de armas.
A decisão do juiz vem em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que alegava razões de «ordem pública» numa altura em que Lula da Silva está a pouco mais de uma semana de tomar posse como presidente do Brasil.
«A actual tensão política, a iminente transição pacífica do poder e a posse indevida de uma arma de fogo para o alegado exercício do direito de defesa revelam que a suspensão preventiva da posse e confisco da arma são medidas suficientes para impedir a repetição do crime sob investigação e para salvaguardar a ordem pública», disse a procuradora-geral adjunta, Lindora Araújo.
Neste sentido, Araújo salientou que Zambelli poderia ter incorrido noutro crime de posse ilegal de armas, uma vez que não tinha autorização para o transportar enquanto estava na rua ou para entrar num estabelecimento que o transportava, como se viu nas imagens que foram amplamente divulgadas nos meios de comunicação social.
Pela sua parte, o deputado da PL negou qualquer tipo de irregularidade e assegurou que as autoridades «estão erradas» ao dizer que a posse da arma era ilegal e declarou que mesmo que o pedido de entrega fosse legítimo, pois estava numa «missão oficial», não era obrigada a responder a estas exigências.
Na véspera da segunda volta das eleições de 30 de Outubro, Zambelli respondeu a um grupo de apoiantes de Lula da Silva que cantava o nome do presidente eleito perseguindo um deles, arma na mão. O deputado seguiu-o até um bar próximo, onde exigiu que ele se deitasse no chão.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram-na a confrontar-se e a tentar agredir um homem depois de ele ter dito «Amanhã, Lula». O homem afasta-se e ela persegue-o, mas o deputado cai no pavimento, que ela depois utiliza para afirmar que foi agredido.
Zambelli está autorizado a transportar uma arma como deputado federal, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil proibiu os civis e agentes da polícia que não estavam de serviço na véspera das eleições de transportarem armas de fogo em torno das mesas de voto.
Fonte: (EUROPA PRESS)