O operador estatal de electricidade Ukrenergo avisou na quarta-feira que existe um «grave défice» no fornecimento de electricidade do país devido ao bombardeamento pelo exército russo e disse que a situação continua a ser «complicada», especialmente em Kiev e arredores.
«Neste momento, existe um défice significativo no sistema eléctrico. A situação na região central, em particular, continua a ser difícil. Há também restrições causadas por danos nas principais redes de energia devido a ataques sistemáticos de mísseis e drones», disse a empresa num comunicado divulgado via Telegrama.
Como resultado, afirmou ter de «estabelecer limites ao consumo em todas as regiões do país» e advertiu que «os excessos podem levar a restrições de emergência». «Nem todos os tipos de geradores de electricidade estão a funcionar», disse ele.
Ukrenergo relatou que houve novos ataques a zonas do leste e do sul da região que já tinham sido «recapturados pelas forças ucranianas». Como resultado, várias redes eléctricas também foram danificadas, embora os trabalhos de reparação já tenham começado.
CONSEQUÊNCIAS PARA AS PESSOAS A Amnistia Internacional denunciou os cortes de energia como «devastadores» e «minando a vida civil» à medida que as férias de Natal se aproximam. «As crianças não podem ir à escola, há escassez de alimentos devido à falta de electricidade, edifícios não aquecidos e ao perigo de incêndios», disse a organização numa declaração.
Exortou a Rússia a «pôr fim a estes ataques ilegais contra infra-estruturas civis, pondo em perigo a vida de civis em temperaturas geladas».
«Como muitos países em todo o mundo entram num período festivo e as suas ruas estão cobertas de luzes de Natal, o mundo deve lembrar-se da Ucrânia, que continua deliberadamente mergulhada na escuridão através de ataques ilegais», disse Denis Krivoshiv, vice-director da Amnistia para a Europa Oriental e Ásia Central.
Krivoshiv disse que os civis ucranianos «não só têm de lidar com a perda de vidas humanas, como também sofrer as consequências de tácticas criminosas que são especificamente concebidas para aumentar o sofrimento humano».
«Os ataques da Rússia às infra-estruturas energéticas ucranianas, que têm continuado durante meses, impedem os civis de acederem à educação, aos cuidados de saúde e à alimentação», advertiu ele.
Fonte: (EUROPA PRESS)