As autoridades lituanas começaram na terça-feira a desmantelar seis estátuas gigantes da era soviética no cemitério militar da capital, Vilnius, de acordo com as políticas que outros países tomaram contra tais tributos em retaliação à invasão russa da Ucrânia.
«Fá-lo-emos com respeito. Claro que as sepulturas não serão destruídas», disse o Presidente da Câmara de Vilnius Remigijus Simasius, referindo-se aos 3.000 soldados do Exército Vermelho que morreram na Segunda Guerra Mundial e cujos restos mortais jazem no cemitério militar de Antakalnis.
«Livrar-nos-emos deste símbolo soviético», comemorou Simasius, descrevendo o momento como «um dia feliz» para a história da capital lituana. A decisão das autoridades locais é contrária ao parecer do Comité dos Direitos Humanos da ONU, que suspendeu temporariamente o projecto.
No entanto, Simasius argumenta que o comité da ONU foi enganado, pois em nenhum momento os restos mortais do defunto serão profanados. «Não tenho dúvidas de que esta é a única decisão correcta», disse ele.
As estátuas que começaram a ser removidas são colossi de granito de seis metros de altura, representando soldados do Exército da União Soviética. Estão previstas a sua transferência para o Museu Nacional Lituano, para onde já foram enviadas outras esculturas e placas da era soviética.
O memorial Antakalnis, erigido em 1951, aloja os corpos de mais de 3.000 soldados soviéticos que morreram em combate em 1944 durante a batalha pela libertação de Vilnius. A independência da Lituânia no início dos anos 90 também assistiu ao início de uma operação para remover o passado soviético do país, tendo a grande maioria destas homenagens sido enviada para Grotto Park, a mais de 100 quilómetros da capital.