O Kremlin sublinhou na terça-feira que rejeita «categoricamente» a resolução da Assembleia Geral da ONU que apela a Moscovo para que pague reparações pela invasão da Ucrânia a 24 de Fevereiro.
«Naturalmente, os organizadores deste processo estão a tentar completar o roubo das nossas reservas de ouro», disse o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov, que denunciou o facto de estes fundos «terem sido ilegalmente bloqueados» através de sanções.
«Actualmente, este roubo está a ser formalizado utilizando a plataforma da ONU. Esta resolução não é juridicamente vinculativa (…) e nós rejeitamo-la categoricamente», disse ele, como noticiado pela agência noticiosa russa Interfax.
Salientou que a Rússia «tudo fará» para evitar a apreensão dos seus fundos e salientou que «durante os últimos seis meses houve uma violação absoluta de todos os pilares e normas da propriedade privada e do direito internacional».
«Os métodos de captura do agressor prevalecem. Teremos isto em conta quando adoptarmos as nossas posições no futuro», afirmou, antes de dizer que Moscovo «segue de perto» a posição de alguns aliados que se abstiveram durante a votação de segunda-feira na Assembleia Geral da ONU.
A votação foi de 94 votos a favor, 14 contra e 73 abstenções, na sequência de uma iniciativa que apelava à criação de um mecanismo internacional para compensar os danos materiais e pessoais e para manter um registo das provas e reivindicações contra a Rússia pela invasão da Ucrânia.
O embaixador ucraniano Sergi Kislitsia apelou para que a Rússia fosse responsabilizada pela violação do direito internacional e argumentou que a proposta «é do interesse de todos aqueles que estão a ser ameaçados ou podem ser ainda mais ameaçados com o uso da força.