
O primeiro-ministro peruano, Aníbal Torres, propôs na quinta-feira uma moção de confiança ao Congresso peruano a fim de aprovar um projecto de lei que estabelece uma reforma no processo de aprovação de reformas constitucionais.
A proposta da Torres visa certificar o «poder do povo como potência constituinte» quando se trata de participar activamente em questões «de grande importância» e assim impedir que o poder político «se coloque acima do poder soberano».
O chefe de governo salientou que o seu pedido envolve a reforma de uma lei ordinária, embora tenha observado que no caso de uma norma constitucional, isto não significa que não possa ser revogada, de acordo com a estação de rádio RPP RPP.
A Constituição peruana prevê que se o Congresso da República rejeitar uma questão de confiança, a equipa ministerial deve ser reconstituída. Se a câmara rejeita uma segunda questão de confiança, o parlamento pode ser dissolvido e podem ser convocadas eleições.
Sobre este ponto, algumas bancadas parlamentares acusaram Torres de colocar a oposição no dilema de aprovar a sua questão de confiança ou, pelo contrário, de enfrentar um possível «encerramento do Congresso» que conduziria a novas eleições.
«Se o executivo tivesse querido encerrar o Congresso (…) teríamos apresentado dois ou mais projectos de lei levantando duas ou mais questões de confiança em relação a estes», observou Torres, lembrando à oposição que apresentaram «interpelações e (moções de) censura sucessivas e simultaneamente».
Mais tarde, o presidente do Peru, Pedro Castillo, apelou ao Congresso da República sobre as suas redes sociais para aprovar a questão da confiança a fim de «restabelecer a democracia cidadã».
«A participação do povo na promoção de reformas através do referendo não pode ser cerceada ou violada», disse Castillo, que mais tarde, num evento público, expressou a sua esperança de que o Parlamento «esteja ao lado do povo».