O primeiro-ministro arménio Nikol Pashinian criticou na quarta-feira a Organização do Tratado de Segurança Colectiva (CSTO) por não ter conseguido impedir a «agressão» do Azerbaijão no conflito de Nagorno-Karabakh.
«É triste que a adesão da Arménia à CSTO não tenha impedido o Azerbaijão de recorrer a acções agressivas, e ainda mais triste que, de facto, até hoje não tenhamos sido capazes de tomar uma decisão sobre a resposta da CSTO à agressão do Azerbaijão contra a Arménia», disse ele, informou a agência noticiosa Armenpress.
Pashinian salientou que estes eventos «prejudicam a reputação» da organização, para além de serem «um fracasso». No seu discurso, o Primeiro-Ministro arménio disse também que não assinaria uma declaração da CSTO sobre o conflito com o Azerbaijão porque este não tinha as disposições necessárias.
«Neste momento, creio que o projecto de ‘Declaração da CSTO sobre medidas conjuntas para prestar assistência à República da Arménia’ apresentado para assinatura não está suficientemente finalizado e, portanto, com todo o respeito, não estou pronto para assinar», disse ele, tal como citado pela agência noticiosa TASS.
Pashinian também passou alguns minutos a propor uma aceleração do trabalho político e diplomático com o Azerbaijão, embora tenha salientado que Baku lançou uma «agressão injustificada e não provocada» contra Yerevan, citando ataques recentes na região.
«Gostaria de responder aos comentários segundo os quais a Arménia está a tentar envolver os países da CSTO na guerra com o Azerbaijão. Isto é apenas especulação, porque a Arménia não pode estar interessada na guerra, quanto mais não seja porque já sofreu o suficiente com guerras, incluindo a de Setembro deste ano», acrescentou ele.
Os governos da Arménia e do Azerbaijão acordaram em Setembro um cessar-fogo após os últimos confrontos fronteiriços, o que deixou mais de 200 pessoas mortas. Os combates são os mais graves desde 2020, quando se confrontaram pelo controlo do Nagorno-Karabakh, um território largamente povoado pela Arménia que tem sido um foco de conflito desde que decidiu separar-se, em 1988, da região do Azerbaijão, integrada na União Soviética.