
A chefe de governo da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, informou que a marcha de domingo celebrando quatro anos no cargo de presidente do país, Andrés Manuel López Obrador, contou com a presença de 1,2 milhões de pessoas.
Sheinbaum, com dados do Secretariado de Segurança do Cidadão, também informou que na marcha convocada pelo presidente não houve feridos, gabando-se de que «nem um único copo foi partido».
«Hoje algo histórico aconteceu na Cidade do México (…) Quase 1,2 milhões de pessoas dos 31 estados da República e da Cidade do México marcharam», disse ela num vídeo postado no seu perfil no Twitter.
A governadora agradeceu a todos os que estiveram presentes, que «são sempre bem-vindos» na capital, «uma cidade das liberdades», disse, antes de reiterar que estava emocionada por ter conseguido «uma marcha nacional histórica».
A manifestação começou depois das 9 da manhã (hora local) e, após cinco horas de marcha, o presidente mexicano fez um discurso no qual enumerou as realizações da sua administração, com especial ênfase no aspecto social da mesma.
O presidente, que assegurou que a liberdade de expressão é garantida durante a sua administração, chamou ao seu modelo político «humanismo mexicano», atribuindo a maior parte dos recursos do Estado aos mais necessitados.
«A política é, entre outras coisas, pensamento e acção, e embora o fundamental sejam os factos, ainda é importante definir em teoria o modelo de governo que estamos a aplicar», disse o líder mexicano, tal como noticiado pelo jornal El Universal.
Nesta linha, López Obrador, acompanhado pelo seu gabinete, declarou que o importante no seu governo «não é quantitativo, mas qualitativo».
López Obrador tomou as ruas da capital para liderar uma marcha extraordinária dos seus apoiantes em preparação para as eleições de 2024 e após a manifestação da oposição contra a sua proposta de reforma do Instituto Nacional Eleitoral (INE).
A presença da AMLO nas ruas, a primeira vez que marchou em seis anos, seguiu-se a um comício na semana passada por organizações da sociedade civil em defesa do INE, alvo de uma reforma promovida pelo presidente mexicano.
A oposição afirma que a iniciativa, enviada pelo presidente à Câmara dos Deputados em Abril passado, é uma estratégia para eliminar o órgão eleitoral autónomo do país.
Segundo a filial mexicana da CNN, a reforma propõe, entre outras coisas, um corte nos orçamentos do INE e dos partidos políticos, bem como que os conselheiros e magistrados eleitorais do Instituto sejam eleitos por voto popular e não por nomeação pelos legisladores.