O líder republicano na Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, apelou à unidade entre os seus colegas de partido na nomeação do novo Presidente da Câmara dos Representantes, dada a possibilidade de os seus desacordos poderem facilitar a escolha do sucessor de Nancy Pelosi pelos democratas.
McCarthy, o principal candidato a liderar a Câmara dos Representantes, dirigiu-se aos seus cépticos para lhes pedir que «falassem a uma só voz». «Só teremos sucesso se trabalharmos juntos, ou perderemos individualmente», disse ele.
«E se não fizermos isto bem, os democratas podem obter a maioria. Se jogarmos jogos no chão, os democratas podem acabar por escolher quem é o Orador (da Câmara)», avisou McCarthy.
Embora McCarthy tenha vencido Andy Biggs – um representante da ala mais conservadora do Partido Republicano – na votação para Presidente da Câmara, enfrenta agora a possibilidade de ficar aquém de uma maioria na votação no início de Janeiro.
Nas últimas semanas, alguns colegas do partido deram a entender que poderiam não apoiar McCarthy. O Partido Republicano tem uma maioria no plenário, embora apenas um punhado de representantes – menos de seis – pudesse dar-se ao luxo de não apoiar o nomeado.
Até agora, cinco representantes republicanos já anunciaram que não apoiarão a candidatura de McCarthy, embora o próprio Biggs tenha insistido que o número dos descontentes com o actual líder do partido na Câmara dos Representantes poderia ser superior a 20.
Isto deixaria a porta aberta para o Partido Democrata eleger, previsivelmente, o representante para Nova Iorque, Hakeem Jeffries, como sucessor de Pelosi como chefe do corpo legislativo e ‘número três’ na linha de sucessão ao poder nos Estados Unidos.
«Penso que, no final do dia, as cabeças mais frescas prevalecerão. Vamos trabalhar em conjunto para encontrar o melhor caminho a seguir», disse McCarthy, de acordo com o portal de notícias norte-americano The Hill.
As recentes eleições intercalares deixaram um quadro complicado para o futuro da legislatura dos EUA, com o Partido Democrata a deter uma maioria no Senado e o Partido Republicano a assumir por pouco o controlo da Câmara dos Representantes.