O futuro do governo do primeiro-ministro Eduard Heger na Eslováquia está em suspenso depois de um antigo parceiro da coligação, o partido Liberdade e Solidariedade (SaS), ter apresentado uma moção de censura na quinta-feira, que, se aprovada pelo resto do parlamento, poderia conduzir a três cenários diferentes.
«Este governo perdeu a sua razão de ser», disse o líder do SaS Richard Sulik, para quem é Boris Kollár, chefe de um dos partidos da coligação – Somos Família – e presidente do parlamento, que lidera um executivo que não sabe como resolver os problemas das pessoas e está a prejudicar o país.
«Temos de pôr fim a este sofrimento o mais rapidamente possível», disse Sulik, que disse que o seu partido não iria pressionar os deputados independentes para alcançar os 76 votos necessários para derrubar o actual governo, relata o diário eslovaco ‘Denník N’.
A moção de desconfiança apresentada por SaS deverá ser debatida no Conselho Nacional Eslovaco na próxima semana. O actual governo de coligação tem 70 lugares, seis a menos do que o necessário para se salvar desta iniciativa, pelo que terá de apelar aos sete deputados independentes.
No entanto, Heger está confiante de que irá superar o desafio da oposição e assegurou que não pode imaginar «como os deputados que optam pela iniciativa do seu antigo parceiro se poderão ver a si próprios no espelho depois».
No caso de a câmara votar a favor da queda do governo, há três cenários possíveis. A primeira é que as partes negociem uma nova coligação, que sejam convocadas eleições antecipadas, ou que o presidente do país, Zuzana Caputova, nomeie um executivo interino.
A própria Caputova criticou o governo esta semana, alertando que as suas acções estavam a colocar a democracia em risco. «Este governo transforma as crises num drama (…) Se não pode mudar a forma como governa, seria melhor deixar o povo reeleger os seus representantes», disse ela.
O cenário de eleições antecipadas beneficiaria a oposição de esquerda liderada pelos social-democratas de Smer, cujo líder Robert Fico foi primeiro-ministro três vezes, e Hlas, de acordo com as sondagens.