A embaixadora russa em Sófia, Eleonora Mitrofanova, admitiu que não sabe por que razão as autoridades russas emitiram um mandado de captura contra o proeminente jornalista búlgaro Christo Grozev.
Mitrofanova foi ao Ministério dos Negócios Estrangeiros búlgaro na quinta-feira após ter sido convocado pelas autoridades de Sófia na terça-feira para procurar uma explicação para a perseguição de Grozev, que é conhecido pelo seu trabalho de investigação.
Ao deixar a sede diplomática búlgara, Mitrofanova disse que o Ministério dos Negócios Estrangeiros búlgaro «vai pedir informações» ao lado russo sobre este caso, e defendeu que Moscovo não está a perseguir o jornalista.
«Quanto à procura de Christo Grozev na Rússia, não significa que o procuremos em todo o mundo. Isto é importante de compreender. Onde ele vive, ele vai viver, nada o ameaça. O que lhe estamos a dizer é para não regressar (à Rússia)», disse Mitrofanova, de acordo com a televisão nacional BNT.
Depois disto, o próprio Grozev lançou um posto nas suas redes sociais para criticar o facto de o próprio embaixador russo não saber as razões pelas quais Moscovo anda atrás dele. «Então eles querem (apanhar)-me para me dizer que não me querem (apanhar)?
Grozev, especialista em trabalho de investigação, foi colocado na lista de procurados do Ministério do Interior russo sob a acusação de «violação de um artigo do Código Penal russo», presumivelmente relacionado com a alegada difamação do trabalho das Forças Armadas no contexto da guerra na Ucrânia.
LÍNGUA BULGARIANA NAS REGIÕES UCRÂNICAS OCUPADAS Entretanto, as autoridades búlgaras tinham convocado Mitrofanova para a censurar pela decisão de Moscovo de proibir a utilização da língua búlgara nas regiões ucranianas anexadas pela Rússia em Setembro: Donetsk, Lugansk, Zaporiyia e Kherson.
O diplomata russo disse que são ensinadas até 79 línguas nas escolas russas, mas que embora a Rússia «encoraje o estudo de línguas estrangeiras», «não há professores de línguas búlgaras» nestas regiões.
Relativamente à remoção de retratos de figuras históricas búlgaras nestas quatro regiões do sul e leste da Ucrânia, Mitrofanova disse que este era o trabalho de «idiotas». «Sou responsável pela política do Estado, não pelas acções de alguns idiotas que fizeram tal coisa», disse ela.
Fonte: (EUROPA PRESS)