
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, questionou na segunda-feira o papel da Organização dos Estados Americanos (OEA) na crise política que acabou por atingir a democracia brasileira com o ataque do bolonarismo à Plaza de los Tres Poderes, afirmando que «perdeu o seu caminho».
«A estratégia da extrema-direita latino-americana não envolve democracia. Promove julgamentos sem a existência de um crime para eliminar lideranças, golpes parlamentares contra líderes eleitos e golpes violentos com centenas de mortes», escreveu Petro no Twitter.
As críticas de Petro à OEA são semelhantes às já expressas por outros líderes da região noutros momentos em que o papel desta organização, bem como o do seu secretário-geral, Luis Almagro, foi questionado, tal como na crise política na Bolívia em 2019.
Petro também apelou a uma revisão da Convenção Americana sobre Direitos Humanos a ser reforçada a fim de contrariar este tipo de episódios como os que estão a ser vividos no Brasil.
«Tem de ser capacitado e alargado aos direitos das mulheres, ambientais e colectivos. Este tratado deve adquirir mais instrumentos judiciais de acção democrática», disse ele sobre a rede social.
Finalmente, Petro recordou a história «sangrenta» do «fascismo latino-americano» no continente, responsável por «golpes militares, milhões de exilados e dezenas de milhares de desaparecidos», razão pela qual propôs «um grande pacto para a democracia nas Américas com tribunais e capacidade de acção».
Milhares de apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal em Brasília no domingo, após vários meses de mobilizações e protestos violentos sobre o seu descontentamento com a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva.
Como resultado destes ataques, o Presidente Lula decretou a intervenção federal em Brasília para assumir poderes de segurança, sublinhando que os «vândalos fascistas» que causaram o caos serão «perseguidos» e «punidos».
Fonte: (EUROPA PRESS)