
Ricardo Cappelli, responsável pela segurança em Brasília após os ataques a instituições a 8 de Janeiro, disse que as forças da lei e da ordem tinham de lidar com profissionais «treinados» entre os seguidores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
«Eles foram confrontados com homens profissionais entre os manifestantes. Pessoas treinadas e preparadas. Pessoas que tinham noções tácticas de confrontos, pessoas que tinham o seu próprio equipamento para atirar granadas de volta e pessoas que quase mataram um polícia», disse Cappelli, que colocou o número de oficiais feridos em 44.
Cappelli disse ao programa Fantástico da Globo que é tempo de «separar o trigo do joio» e punir todos aqueles oficiais que foram «cúmplices» nas tentativas da máfia golpista.
Neste sentido, assinalou que o quartel-general do exército em Brasília funcionava como uma «incubadora de planos contra a democracia» e que os detidos e acusados dos acontecimentos do 8º Congresso tinham conhecimento do Palácio do Planalto e do Congresso.
«A noite do dia 8 ainda não terminou. Essa noite ainda tem muita coisa por trás, muita história por trás, muita investigação, e nós vamos vê-la até ao fim», salientou Cappelli, que anunciou que o batalhão da Polícia Militar encarregado da segurança na Esplanada dos Ministérios será reformado.
Entretanto, as investigações continuam e na segunda-feira a Polícia Federal lançou outra operação, desta vez no Rio de Janeiro, para prender por enquanto três pessoas suspeitas de terem financiado e participado nos ataques à sede dos três ramos do governo: a Presidência, o Congresso e o Supremo Tribunal.
O primeiro detido é um segundo tenente do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. É Roberto Henrique de Souza, que se tornou candidato a deputado em 2018 pelo partido pró-Bolsonaro Patriotas e foi condenado a reembolsar 4.000 reais (730 euros) por uso indevido de fundos eleitorais.
A chamada «Operação Ulisses» visa encontrar os responsáveis pelos bloqueios das principais estradas do Rio de Janeiro, bem como aqueles que financiaram as manifestações e acampamentos em frente à sede da cidade.
Os suspeitos enfrentam acusações de associação criminosa, subvertendo o Estado de direito e incitando as forças armadas contra os poderes constitucionais.
Fonte: (EUROPA PRESS)






