
O governador do departamento de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, argumentou na quinta-feira, durante uma audiência de recurso sobre a sua prisão preventiva, que os procedimentos contra ele são politicamente motivados por liderar a «luta histórica do povo boliviano».
Camacho argumentou brevemente que a sua intenção não é deixar o país. «Esta queixa foi apresentada em 2020 quando eu não era presidente do comité (‘civic’) nem governador. Podia ter partido, mas não o fiz. Isso não sou eu», assegurou, como noticiado pelo jornal «El Deber».
Depois disto, o membro da Segunda Câmara Criminal do Tribunal Departamental de Justiça, Rosmery Pabón, instou Camacho – que foi preso em Dezembro e colocado em prisão preventiva devido à possibilidade da sua fuga – a ser específico no seu depoimento.
Camacho é uma das principais figuras da oposição ao presidente, Luis Arce, e a força motriz por trás da greve de mais de um mês que afectou a região como parte do conflito sobre a nova data do recenseamento da população.
O líder da plataforma da oposição Creemos está também a ser investigado pelo Ministério Público pelo seu possível envolvimento na crise política que devastou a Bolívia em 2019, quando Evo Morales foi obrigado a demitir-se da presidência devido à pressão das forças armadas e às suspeitas de eleições irregulares.
Após a detenção do governador boliviano, os manifestantes bloquearam as estradas e saíram à rua em protesto. No entanto, o líder do Comité Cívico de Santa Cruz, Rómulo Calvo, anunciou na segunda-feira que as estradas seriam desbloqueadas, embora tenha convocado uma reunião de massa para 25 de Janeiro em pelo menos nove cidades bolivianas.
Camacho é o governador da região mais rica da Bolívia e historicamente oposto aos governos do Movimento para o Socialismo (MAS) no poder, cenário no último mês de novos protestos e bloqueios, desta vez para se opor à lei do censo da população.
Fonte: (EUROPA PRESS)