![Manifestação contra a reforma das pensões em Paris Manifestação](https://www.news360.es/wp-content/uploads/2023/01/fotonoticia_20230119174911_1920-5.jpg)
Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades francesas para protestar contra a reforma das pensões do governo, que propõe, entre outras medidas, aumentar a idade da reforma para 64 anos, num dia de greve que não causou paralisia mas que foi sentida em sectores-chave como os transportes e a educação.
Em Paris, onde teve lugar o maior encontro, cerca de 400.000 pessoas reuniram-se, segundo fontes da Confederação Geral do Trabalho (CGT) citadas pela BFM TV. Não surpreendentemente, pela primeira vez na era Emmanuel Macron, a mobilização teve o apoio explícito de todos os grandes sindicatos.
A prefeitura da polícia confirmou pelo menos 30 detenções durante a marcha na capital, que foi pontuada por confrontos, de acordo com Franceinfo. Alguns dos manifestantes atiraram objectos contra agentes da polícia, que responderam com gás lacrimogéneo.
Em todo o país, mais de 200 comícios tinham sido convocados, com cerca de 30.000 pessoas em Toulouse, 26.000 em Marselha, 23.000 em Toulouse e 20.000 em Perpignan, entre outros. Em Lyon, as autoridades também procederam a 17 detenções.
O Presidente francês Emmanuel Macron, falando de Barcelona no final de uma cimeira com o Primeiro-Ministro espanhol Pedro Sánchez, apelou a que as manifestações se realizassem «sem excessos ou violência», depois de reconhecer como «legítimo» o direito de milhares de pessoas a manifestarem-se contra a reforma.
Se não houver alterações, o texto chegará à mesa do Conselho de Ministros na próxima segunda-feira, 23 de Janeiro. A reforma propõe um cenário gradual, com a idade legal de reforma a passar dos actuais 62 para 64 anos em 2030, enquanto que a revisão do período de contribuição será aplicada a partir de 2027.
Macron defendeu o facto de a França estar «atrasada» nesta questão em relação ao resto da Europa e salientou que a reforma é «justa e responsável». Salientou também que todas as partes poderão expressar-se e tentar «enriquecer» o texto no processo parlamentar, que se espera que seja complexo.
O antigo candidato presidencial Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda francesa, avisou de Marselha que Macron «não vai durar», porque perdeu a «batalha» de «convencer o povo». A reforma, na sua opinião, «não faz sentido».
O mal-estar também tem sido sentido na extrema direita. O principal rival de Macron nas eleições de 2022, Marine Le Pen, defendeu «combater» uma reforma que ela considera «injusta e brutal», como ela disse na sua conta no Twitter na quinta-feira.
SEGUIMENTO LARGO O dia começou com incidentes nos transportes públicos, embora os meios de comunicação social franceses tenham noticiado um pequeno afluxo de viajantes que já estavam a antecipar o que poderia acontecer.
O principal sindicato do ensino secundário estima que 65% dos professores não apareceram para trabalhar, embora o Ministério da Educação coloque o número em menos de 35%. Nas escolas primárias, o governo estima que mais de 42% dos professores estavam ausentes, de acordo com a Franceinfo.
A rede eléctrica estatal confirmou uma redução na produção de electricidade em resultado das greves, enquanto que nas refinarias da TotalEnergies, o nível de apoio varia de 70 a 100 por cento, de acordo com a CGT.
Fonte: (EUROPA PRESS)