A comissão de inquérito do Parlamento Europeu sobre espionagem com o software Pegasus concordou na terça-feira em enviar uma missão a Espanha para investigar a utilização deste programa de cibervigilância no terreno.
A visita terá lugar a 20 e 21 de Março em Madrid, disse Jeroen Lenaers (PPE DE, NL), o presidente do comité. Esta decisão foi tomada numa reunião dos coordenadores da Comissão Especial de Inquérito sobre a utilização deste programa de vigilância, após a aprovação de missões semelhantes a Israel, Polónia, Grécia e Chipre e a decisão sobre uma próxima missão à Hungria em Fevereiro.
O grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus, que inclui a Vox, opôs-se à decisão, forçando uma votação em comité que finalmente apoiou a decisão tomada pelos coordenadores do grupo.
O deputado espanhol Juan Ignacio Zoido, que é o coordenador «popular», demonstrou o seu apoio ao envio de uma delegação do Parlamento Europeu para Espanha, insistindo que não há dúvidas sobre o «excelente trabalho das forças de segurança e dos serviços de inteligência em Espanha».
«Estamos muito orgulhosos deles e sabemos que realizam o seu trabalho de forma exemplar, com escrupuloso respeito pelo Estado de direito e com uma extensa supervisão judicial», sublinhou.
Por seu lado, os Socialistas apoiaram a missão a Espanha após terem compreendido que as três missões inicialmente previstas para os países mais afectados pelos casos Pegasus, Polónia, Hungria e Grécia, já foram acordadas, explicaram fontes Socialistas, que insistem que este tipo de missão «não deve interferir nos processos eleitorais dos Estados-Membros», dadas as eleições locais e regionais em Espanha a 28 de Maio.
Entretanto, a ERC celebrou o facto de a viagem a Espanha poder finalmente realizar-se, «após meses de negociações e uma vez aprovada a prorrogação de três meses do mandato da comissão», superando finalmente o «bloqueio» dos socialistas e «populares» que se tinham recusado a fazê-lo até agora.
Fonte: (EUROPA PRESS)