O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Pekka Haavisto, defendeu na segunda-feira a prossecução do processo de adesão à OTAN juntamente com a Suécia, apesar das reservas da Turquia relativamente à candidatura de Estocolmo.
Haavisto salientou que é importante que ambos os países escandinavos adiram simultaneamente à Aliança. «Tem a ver com a nossa própria segurança e com a necessidade de melhorar a segurança no Mar Báltico», explicou o ministro numa conferência de imprensa relatada pela emissora pública finlandesa YLE.
De facto, Haavisto apontou a cimeira da OTAN agendada para Julho como uma data possível. «Espero que a Finlândia e a Suécia sejam membros da NATO na cimeira da NATO em Julho», disse.
O ministro também revelou intensos contactos diplomáticos ao domingo à noite. «Temos trabalhado em estreita colaboração com o Presidente da República – Sauli Niinistö. Falei com os Ministros dos Negócios Estrangeiros da Turquia – Mevlüt Cavusoglu – e da Suécia – Tobias Billström. A última chamada foi por volta das 1,30», explicou ele.
A Suécia e a Finlândia apresentaram candidaturas coordenadas para a adesão à OTAN em Maio, mas a Turquia, como membro da Aliança, tem direito de veto, pelo que aproveitou a oportunidade para exigir que Estocolmo processasse os membros das milícias curdas, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Em Junho, a Turquia e os dois países escandinavos assinaram em Madrid um memorando no qual se comprometiam a ir ao encontro das legítimas preocupações de segurança de Ancara.
No entanto, a 23 de Janeiro, a Turquia rompeu os contactos tripartidos com a Suécia e a Finlândia sobre a ratificação das candidaturas de adesão dos dois países nórdicos à NATO, na sequência da queima de um Corão no exterior da embaixada turca em Estocolmo pelo extremista sueco-dinamarquês Rasmus Paludan.
No domingo foi o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan que avisou que poderiam responder «de forma diferente» ao pedido de adesão da Finlândia à OTAN, uma resposta que «chocará» a Suécia. Erdogan recordou que entregou à Suécia uma lista de 120 nomes para extradição. «É preciso extraditar estes terroristas para poder aderir à OTAN», disse ele.
O líder dinamarquês de extrema-direita Rasmus Paludan anunciou que queimará uma cópia do Alcorão todas as sextas-feiras até a Suécia aderir à OTAN. Até agora, apenas ganhou a condenação da maioria dos países muçulmanos.
Fonte: (EUROPA PRESS)