O director-geral do Gabinete de Investigação do Estado da Ucrânia (SBI), Oleksi Sukhachev, advertiu que as últimas buscas e rusgas de quarta-feira, bem como as demissões de altos funcionários do governo por possível corrupção, são «apenas o início» e que «ainda há muito material» para investigar.
«O tempo em que era possível roubar o Estado com impunidade e minar a sua prontidão de combate acabou, e já passou há muito tempo», sublinhou Sukhachev no comunicado de imprensa do SBI.
Sukhachev salientou que as últimas acções contra altos funcionários do Estado «são apenas o começo», o resultado do trabalho da SBI «durante um longo período de tempo», e que só agora começaram a informar a população sobre as medidas que estão a ser tomadas para combater a corrupção.
«Este trabalho não parou mesmo depois do início da agressão em grande escala da Rússia», disse Sukhachev, que observou que a guerra criou entre alguns uma certa «ilusão» de que a luta contra a corrupção ficaria em segundo plano.
«A SBI nunca esqueceu por um momento que a corrupção não é um inimigo menos perigoso para a Ucrânia do que a Rússia (…) Se alguém ainda não o descobriu, tanto pior para eles. Agora só há uma maneira: trabalhar para e pela vitória», salientou o director da SBI.
Na quarta-feira, as autoridades ucranianas efectuaram uma série de rusgas a vários organismos públicos, incluindo o Ministério das Finanças, como parte de uma campanha anti-corrupção que já levou à detenção de um vice-ministro da defesa e a dezenas de demissões.
Nas últimas horas, toda a alta liderança aduaneira foi demitida, a casa do oligarca Igor Kolomoiski na cidade de Dnipro foi revistada, e o antigo ministro da Energia Igor Nasalik é suspeito.
A Ucrânia foi palco de numerosos casos de corrupção no passado e foi classificada em 122º lugar entre 180 no Inquérito de Percepções de Corrupção da Transparency International em 2021. A luta contra tais crimes é também uma das principais exigências da União Europeia (UE) no processo da sua possível adesão ao bloco, que a Rússia rejeita firmemente.
Fonte: (EUROPA PRESS)