O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro afirmou a sua intenção de permanecer activo na política do país e argumentou que o governo de Lula da Silva «não vai durar muito», tudo isto no seu primeiro evento público desde que partiu para os Estados Unidos.
Num evento organizado na Florida pelo grupo Yes Brazil USA, no qual participaram apoiantes do antigo presidente, Bolsonaro fixou o seu objectivo nas eleições municipais de 2024, que descreveu como «muito importantes».
«Não podemos abandonar a política. A política faz parte das nossas vidas. Tenho 67 anos e pretendo permanecer activo na política brasileira», reiterou durante o seu discurso, segundo a ‘Folha de S.Paulo’.
Neste sentido, afirmou que o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva «não vai durar muito». «Pode ter a certeza de que, dentro de pouco tempo, teremos novidades. Por si só, se este governo continuar na linha que tem mostrado nestes primeiros 30 dias, não durará muito», disse ele.
Neste sentido, o antigo presidente criticou os autores do assalto à sede dos três ramos do governo em Brasília, embora tenha especificado que tinha havido injustiças.
«Lamentamos o que algumas pessoas sem importância fizeram a 8 de Janeiro. Isso não é um direito nosso. Não é o nosso povo», disse ele, antes de assinalar que muitas pessoas tinham sido presas.
«Isto não é terrorismo nos termos da nossa legislação. Há pessoas que têm de ser escolhidas para serem invadidas ou depredadas. Todos pagam pelo que fizeram», reiterou ele.
Anteriormente, o antigo presidente tinha solicitado um visto turístico para poder permanecer nos Estados Unidos por mais seis meses, segundo um dos seus advogados, numa entrevista ao diário britânico «Financial Times».
«A Florida será a sua casa temporária longe de casa (Brasil)», disse o advogado Felipe Aleixandre, fundador da firma AG Immigration. O antigo presidente «precisa de alguma estabilidade», segundo Aleixandre, que deixou em aberto a possibilidade de Bolsonaro solicitar um visto permanente.
O próprio Bolsonaro disse alguns dias depois de ter sido internado no hospital a 9 de Janeiro por problemas abdominais decorrentes do esfaqueamento que sofreu em 2018, que anteciparia o seu regresso ao Brasil para ser tratado pelos seus médicos. No entanto, permanece em Orlando, Florida.
Fonte: (EUROPA PRESS)