
A partir desta semana, o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva deverá lançar a prometida macro-operação contra a mineração ilegal na Amazônia brasileira, que visa expulsar mais de 20.000 pessoas envolvidas na extracção de ouro e outros materiais preciosos na reserva protegida da comunidade indígena Yanomami.
O plano inicial inclui um destacamento inicial de 500 tropas de várias agências de aplicação da lei, incluindo a polícia, exército e marinha, bem como a implementação de um cerco logístico destinado a sufocar economicamente estes grupos antes de terem de recorrer à violência.
Desta forma, o governo espera que todas estas pessoas abandonem a região à medida que as suas instalações e logística forem sendo desmanteladas. Os primeiros ‘garimpeiros’ (extractores ilegais) a sair «espontaneamente» este fim-de-semana, de acordo com o governo de Roraima.
O Ministro da Defesa José Múcio deverá viajar para a região esta quarta-feira, juntamente com o resto do alto comando das Forças Armadas para representar o início das operações, que deverão durar pelo menos os próximos dois meses, de acordo com o jornal O Globo.
Perante o alarme gerado pela crise humanitária que o povo Yanomami – o maior dos povos indígenas do Brasil – sofre há anos, as novas autoridades iniciaram um plano de choque que consistia em decretar uma emergência sanitária nestas comunidades e iniciar as primeiras medidas contra a mineração ilegal, que é culpada pela má situação.
Na semana passada, as primeiras aeronaves utilizadas para este tipo de operações ilegais foram requisitadas pela Força Aérea Brasileira, que poderá abater qualquer veículo aéreo que não responda às ordens de aviso para a sua identificação. Como a região é de difícil acesso, os ‘garimpeiros’ recorrem a aviões ligeiros e helicópteros para obterem acesso.
O Ministério dos Povos Indígenas informou no final de Janeiro que uma centena de crianças entre um e quatro anos de idade da comunidade Yanomami morreram de desnutrição, pneumonia e diarreia como resultado do avanço da exploração mineira ilegal, que é responsável pela contaminação dos rios e campos em que a comunidade vive. Também houve relatos de um sério aumento de casos de malária no último ano.
Fonte: (EUROPA PRESS)