
A Comissão Europeia propôs na terça-feira impor uma redução de 90% das emissões poluentes na frota de camiões novos registados na União Europeia a partir de 2040 (em comparação com os níveis de 2019), bem como alcançar o objectivo de emissões zero para os autocarros urbanos já a partir de 2023.
«Até 2050, praticamente todos os veículos nas nossas estradas terão de ter emissão zero. Isto é exigido pela nossa lei climática, é exigido pelas nossas cidades e os fabricantes estão a preparar-se», disse Frans Timmermans, Vice-Presidente da Comissão Europeia responsável pelo Pacto Verde, numa conferência de imprensa em Estrasburgo (França), à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu.
As novas regras para veículos pesados, que ainda precisam de ser negociadas com os 27 governos e o Parlamento Europeu antes de poderem ver a luz do dia, prevêem uma abordagem gradual com reduções intermédias antes de atingirem 90% em 2040.
No entanto, Timmermans explicou que os ambiciosos cortes propostos deixam a porta aberta a uma redução de 10% nas emissões porque as tecnologias existentes não oferecem actualmente soluções para veículos pesados que lhes permitam evitar a poluição energética em condições de condução extremas, tais como baixas temperaturas ou desníveis íngremes.
Os serviços da UE defendem, portanto, uma trajectória de redução progressiva, começando com um corte de 45% a partir de 2030 (em comparação com 2019) e 65% a partir de 2035, aumentando para 90% em 2040.
Mas prevêem isenções que deixariam de fora do cálculo das emissões de CO2 os pequenos fabricantes, os veículos utilizados nos serviços mineiros, agrícolas e florestais, os destinados às forças militares, à protecção civil, aos bombeiros, aos cuidados médicos de emergência e à aplicação da lei.
Segundo Bruxelas, camiões, autocarros urbanos e de longo curso são responsáveis por um quarto das emissões do transporte rodoviário da UE e 6% do total das emissões de gases com efeito de estufa.
O executivo da UE argumenta ainda que esta proposta terá também um impacto positivo na transição energética ao reduzir a procura de combustíveis fósseis importados e ao melhorar a poupança e eficiência energética no sector dos transportes da UE.
Também espera que beneficie os operadores e utilizadores europeus de transportes, reduzindo os custos de combustível e de propriedade e assegurando uma implantação mais ampla de veículos mais eficientes em termos energéticos.
«As frotas serão ‘limpas’ à medida que os empresários as renovarem», argumentou Timmermans, que salientou a vontade de acompanhar o sector na transição, consciente de que estas mudanças afectarão as empresas de transporte rodoviário, frequentemente com frotas muito pequenas, mais do que os fabricantes, que já estão a trabalhar com energia limpa.
Fonte: (EUROPA PRESS)