O Ministério Público Eleitoral (MPE) pronunciou-se a favor da desqualificação do ex-presidente Jair Bolsonaro com o fundamento de que existem provas de que ele cometeu um abuso de poder quando atacou o sistema eleitoral e as urnas eleitorais electrónicas durante uma reunião com embaixadores em Julho de 2022.
Assim, se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concordar com a opinião do MPE, Bolsonaro poderia ser desqualificado para concorrer em qualquer processo eleitoral durante os próximos oito anos, impedindo-o assim de concorrer nas próximas eleições presidenciais, como já era temido no seu círculo.
Este é o último passo antes do julgamento em que o futuro político de Bolsonaro, acusado de utilizar indevidamente os recursos públicos para influenciar o eleitorado, será votado entre o final de Abril e o início de Maio, recorda o jornal ‘O Globo’.
Embora os embaixadores convocados para o Palácio da Alvorada em Julho de 2022 não votem nas eleições, o encontro foi transmitido nos canais oficiais. Na reunião, Bolsonaro espalhou acusações infundadas sobre o sistema eleitoral brasileiro, as quais foram posteriormente rejeitadas pelos próprios diplomatas.
Esta acusação é uma das 16 investigações que Bolsonaro abriu no TSE. Está também sob fogo por divulgar informações confidenciais numa das suas livestreams semanais dos meios de comunicação social sobre alegados ataques informáticos ao TSE, que no final não causaram quaisquer problemas, mas que utilizou para apoiar as suas teorias sobre a fragilidade do sistema.
Por fim, o chamado «projecto de golpe» que foi encontrado na casa do seu antigo ministro da justiça e ex-secretário da segurança em Brasília, Anderson Torres, foi também incluído, o que incluiu uma série de directrizes em caso de derrota nas eleições.
Fonte: (EUROPA PRESS)