O comissário dos direitos humanos do parlamento ucraniano, Dimitro Lubinets, afirmou ter «dezenas» de vídeos de execuções públicas de prisioneiros de guerra ucranianos por militares russos.
Durante estes nove meses, recebemos dezenas de vídeos da execução pública de prisioneiros de guerra ucranianos pelo exército russo», disse ele numa entrevista ao diário Ukrainska Pravda.
Estamos a falar de cortar cabeças, genitais, orelhas, narizes, membros, falanges de mãos. Ou seja, vídeos que são gravados pelos próprios militares russos», disse Lubinets, acrescentando que alguns dos perpetradores já foram identificados, um dos quais foi morto em batalha.
Lubinets acredita que os militares e combatentes do lado russo estão alegadamente a realizar tais crimes para manter o que ele chamou «histeria anti-Ucraniana» e para convencer os seus próprios soldados de que, se não o fizerem, os ucranianos o farão.
Querem amarrar os seus militares com sangue (…) Talvez pensem que nos podem deter dessa forma. Na verdade, penso que, pelo contrário, isto motiva todos os militares ucranianos a libertar as nossas cidades, os nossos territórios, a devolver os nossos heróis que estão em cativeiro ainda antes», disse ele.
Para a Lubinets, tais acções são típicas da «Idade Média», uma era, disse ele, que a Rússia parece não estar disposta a deixar para trás. Não reconhece o direito humanitário internacional, nem a Convenção de Genebra», disse ele.
Na semana passada, foi divulgado um vídeo mostrando um soldado ucraniano a ser decapitado com uma faca, alegadamente por combatentes russos. Moscovo reagiu cautelosamente e desassociou-se do incidente, anunciando que iria abrir uma investigação. Por seu lado, Kiev salientou que tais incidentes têm sido frequentes desde o início da invasão e recordou à comunidade internacional a necessidade de um apoio contínuo.
Fonte: (EUROPA PRESS)