O movimento fundamentalista talibã no domingo expressou a sua repulsa após a fuga de uma avaliação do Departamento de Defesa dos EUA que aponta para o Afeganistão como um novo centro de insurreição jihadista, liderado pela filial afegã do Estado islâmico, desde o regresso dos extremistas ao poder.
Um novo lote de documentos do Pentágono alegadamente divulgados pelo membro da Guarda Nacional Jack Teixeira indicou que o grupo já está a planear, com o envolvimento da sua filial afegã, ataques contra a Europa e a Ásia, e pretende fazer o mesmo nos Estados Unidos.
Em resposta, o Vice-Ministro da Informação e porta-voz principal do movimento Talibã, Zabiullah Mujahid, afirmou que este relatório não passa de um «documento falso publicado pelo Departamento de Defesa dos EUA» e «uma peça de propaganda».
Rejeitamos veementemente esta alegação. O Afeganistão tornou-se um país pacífico a nível regional», acrescentou Mujahid, antes de assegurar que um exemplo disto era o Eid al-Fitr, a celebração do fim do Ramadão, que segundo o porta-voz passou sem incidentes.
O Emirato Islâmico do Afeganistão tem controlo total sobre o país e não permite que ninguém utilize o Afeganistão contra a segurança de qualquer outro país», disse Mujahid, que assegurou, em particular, que a filial afegã do Estado islâmico «foi gravemente afectada» pelas operações dos Talibãs e está em «processo de erradicação».
O regime talibã considera o Estado islâmico como uma organização terrorista, contrariamente aos seus preceitos, e desde que chegou ao poder tem levado a cabo uma série de operações contra os seus esconderijos.
Isto não impediu a organização jihadista de perpetrar ataques sangrentos desde o regresso dos Talibãs ao poder em Agosto de 2021, com um atentado suicida em Cabul durante o processo de evacuação internacional que deixou 170 afegãos e 13 militares norte-americanos mortos, ou nos meses seguintes contra a minoria xiita do país.
Fonte: (EUROPA PRESS)