
Jaroslaw Kaczynski, líder do partido governante Direito e Justiça (PiS), apoiou publicamente o Primeiro-Ministro polaco Mateusz Morawiecki, dizendo que «não há alternativa» ao que ele representa, numa altura em que está a ser questionado dentro do governo sobre o seu tratamento das negociações com a UE sobre a distribuição da ajuda pandémica.
«Não há alternativa à linha representada pelo Primeiro-Ministro», disse ele na Rádio Wroclaw na segunda-feira. Kaczynski, que reconheceu «alguma tensão» entre Morawiecki e o Ministro da Justiça Zbigniew Ziobro, salientou que as «razões prevalecentes estão do lado do Primeiro Ministro».
Neste sentido, disse que o Ministro Ziobro «não compreende toda a série de complicações» que surgem durante as conversações com Bruxelas, tais como, por exemplo, os custos de empréstimo da Polónia nos mercados mundiais.
«Como se ele não estivesse consciente da magnitude dos desafios em que a Polónia está e estará, porque estamos no mercado global e ao mesmo tempo estamos naqueles desafios que resultam da nossa presença na União Europeia», disse Kaczynski em referência a Ziobro.
O Primeiro-Ministro Morawiecki tem sido alvo de críticas por parte do Ministro da Justiça e de uma pequena facção de legisladores de linha dura do partido já muito conservador, que o acusam de sacrificar a soberania da Polónia nas negociações com a UE.
As diferenças na forma como estas negociações estão a ser conduzidas são tais que Ziobro até levantou na semana passada a possibilidade de retirar o seu partido da Polónia Unida do governo de coligação.
As declarações de Kaczynski – a figura política mais proeminente da Polónia – em apoio ao Morawiecki estão a revelar-se cruciais perante os críticos, uma vez que ele procura acesso a 34,5 mil milhões de euros da União Europeia.
Estas disputas internas estão a complicar as negociações com Bruxelas, que está relutante em entregar a ajuda devido a preocupações sobre a independência judicial e o Estado de direito na Polónia. Todo o processo de acesso a estes fundos está também a minar o apoio da PiS às próximas eleições, de acordo com as sondagens.